Abraão e o verus Israel entre Paulo e Justino
Resumo
O presente artigo visa analisar o processo de desjudaização da personagem bíblica Abraão operado pelo filósofo cristão Justino Mártir, em sua obra intitulada Diálogo com Trifão, escrita em meados do século II. O artigo demonstra que Justino Mártir tem como pressupostos exegéticos da Bíblia Hebraica a teologia de Paulo de Tarso, particularmente o ensino sobre a justificação dos não judeus crentes em Jesus diante de Javé, tendo por base unicamente a fé, dispensando-se o cumprimento da ritualística judaica. No entanto, fica também demonstrado que Justino extrapola e até mesmo subverte a compreensão paulina, que visava igualar os cristãos gentios aos judeus na condição descendentes espirituais de Abraão. Justino intenta um verdadeiro transplante étnico, descolando Abraaão de sua identidade de patriarca do povo judeu, tornando-o o patriarca dos cristãos, exclusivamente. Pretende demonstrar dessa forma que a intenção do autor do Diálogo com Trifão é reforçar a nomia identitária cristã, ainda em formação em meados do século II.
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