Imagine a cidade
Práxis plurais e a produção de lugares compartilhados
DOI:
https://doi.org/10.5935/cadernospos.v22n1p32-49Palavras-chave:
Práxis plurais; Paraisópolis; Comuns urbanos; Lugares compartilhados; Cidadania insurgente.Resumo
Este artigo trata dos processos de ação coletiva e colaboração técnica, partindo da premissa de que o projeto é um instrumento de transformação do território para a inovação social. Nesse sentido, “imagine paraisópolis” foi uma experiência colaborativa de projeto urbano em assentamentos precários, cujo principal objetivo foi a troca de saberes, práticas e experiências entre profissionais e estudantes de arquitetura e urbanismo e adolescentes, moradores de Paraisópolis, uma favela na cidade de São Paulo, para a produção colaborativa de lugares compartilhados. Organizado em torno de cinco práxis plurais – estratégia, colaboração, experimentação, reflexão e expressão -, esta pesquisa faz uma crítica ao projeto participativo na microescala. Desse modo, são apresentados conceitos que se inserem no debate urbano atual: “cidadania insurgente” como a resistência ao planejamento hegemônico; “práxis plurais” como processos colaborativos de projeto; “comuns urbanos”, compreendidos como campos de ação nos espaços públicos; e, “lugares compartilhados”, territorialidades favoráveis à presença e à diferença no espaço público. Com este estudo, buscar meios de melhoria da vida cotidiana na cidade, privilegiando o ser humano e as relações sociais como essenciais à cidade, mostrou-se como uma oportunidade para reflexão sobre o papel das práxis plurais na produção de lugares compartilhados.
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