Povos e Comunidades Tradicionais: Revisão Sistemática da Produção de Conhecimento em Psicologia

Conteúdo do artigo principal

Andressa Varas de Carvalho
João Paulo Macedo

Resumo

Trata-se de um estudo de revisão sistemática dos artigos publicados na área de Psicologia acerca dos povos e comunidades tradicionais. Realizou-se busca na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia, em periódicos nacionais, que resultou em 444 artigos. Após os critérios de inclusão/exclusão, focalizando nos estudos que relacionavam com a Psicologia, restaram 10 artigos. A maioria é de natureza empírica, utilizaram diversos delineamentos, como etnografia, pesquisa-ação e análise documental, e a entrevista como principal instrumento de coleta de dados. Houve uma pluralidade de temas investigados, mas, em síntese, há o reconhecimento de situações de expropriação dos territórios em razão de projetos desenvolvimentistas e da legislação ambiental, causando impactos diversos nos modos de vida das comunidades. O número pequeno de estudos encontrados revela as lacunas existentes na produção de conhecimento em Psicologia voltada para as comunidades tradicionais, e, portanto, representa um grande desafio para a área.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Psicologia Social e Saúde das Populações

Referências

Almeida, A. W. (2008). Terra de quilombo, terras indígenas, “babaçuais livre”, ”castanhais do povo”, faixinais e fundos de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. Manaus: PGSCA-Ufam. Recuperado em 20 outubro, 2018, de http://www. ppgcspa.uema.br/wp-content/uploads/2017/07/Alfredo-Wagner-B-de-Almeida_ Terras-Tradicionalmente-Ocupadas.pdf

Anaya, F. C. (2014). “Vazanteiros em movimento”: o processo de ambientalização de suas lutas territoriais no contexto das políticas de modernização ecológica. Ciência & Saúde Coletiva, 19(10), 4041–4050. doi:10.1590/1413-812320141910.09242014

Barretto, H. T., Filho (2006). Populações tradicionais: introdução à crítica da ecologia política de uma noção. In C. Adams, R. Murrieta, & W. Neves (Orgs.). Sociedades caboclas amazônicas: modernidade e invisibilidade (pp. 109–143). São Paulo: Annablume.

Bellenzani, R., Blessa, C., & Paiva, V. (2008). Scripts em cena: HIV e mercado sexual no contexto turístico. Psicologia em Estudo, 13(4), 653–662. doi:10.1590/S1413-73 722008000400003

Calegare, M. G. (2010). Contribuições da Psicologia Social ao estudo de uma comunidade ribeirinha no Alto Solimões: redes comunitárias e identidades coletivas. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. doi:10.11606/ T.47.2010.tde-03052010-163111

Calegare, M. G. A., Higuchi, M. I. G., & Bruno, A. C. S. (2014). Povos e comunidades tradicionais: das áreas protegidas à visibilidade política de grupos sociais portadores de identidade étnica e coletiva. Ambiente & Sociedade, 17(3), 115–134. doi:10.1590/S1414-753X2014000300008

Calegare, M. G. A., Higuchi, M. I. G., & Forsberg, S. S. (2013). Desafios metodológicos ao estudo de comunidades ribeirinhas amazônicas. Psicologia & Sociedade, 25(3), 571–580. doi:10.1590/S0102-71822013000300011

Conselho Federal de Psicologia (2013). Referências técnicas para atuação das(os) psicólogas(os) em questões relativas à terra. Brasília: CFP.

Costa, A. Filho (n. d.). Quilombos e povos tradicionais. Recuperado em 20 outubro, 2018, de http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/wp-content/uploads/2014/04/ TAMC-COSTA_FILHO_Aderval_Quilombos_e_Povos_Tradicionais.pdf

Cunha, M. C., & Almeida, M. (2001). Populações indígenas, povos tradicionais e preservação na Amazônia. In J. P. Capobianco, A. Veríssimo, A. Moreira, D. Sawyer, I. Santos, & L. P. Pinto (Orgs.). Biodiversidade na Amazônia Brasileira. Avaliação e ações prioritárias para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios (pp. 184–193). São Paulo: Instituto Socioambiental. Recuperado em 20 outubro, 2018, de https://mwba.files.wordpress.com/2010/07/2001-cunha-e-almeidapopulacoes-indigenas-e-conservacao-capobianco-ed.pdf

Decreto n. 6.040, de 7 de fevereiro de 2007 (2007). Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Recuperado em 20 outubro, 2018, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm

Diegues, A. C. (2008). O mito moderno da natureza intocada (6a ed.). São Paulo: Hucitec.

Diegues, A. C., & Arruda, R. S. (Orgs.). (2000). Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. Recuperado em 20 outubro, 2018, de http://nupaub.fflch.usp.br/sites/nupaub.fflch.usp.br/files/saberes%20trad.pdf

Grubits, S., Darrault-Harris, I., & Pedroso, M. (2005). Mulheres indígenas: poder e tradição. Psicologia em Estudo, 10(3), 363–372. doi:10.1590/S1413-737220050003 00004

Leite, J. F., Macedo, J. P., Dimenstein, M., & Dantas, C. (2013). A formação em Psicologia para a atuação em contextos rurais. In J. F. Leite & M. Dimenstein (Orgs.). Psicologia e contextos rurais (pp. 27–56). Natal: EDUFRN. Recuperado em 20 outubro, 2018, de https://www.researchgate.net/profile/Joao_Macedo8/publication/317646743_A_formacao_em_Psicologia_para_a_atuacao_em_contextos_rurais/ links/59467fc145851525f899a224/A-formacao-em-Psicologia-para-a-atuacaoem-contextos-rurais.pdf

Macedo, J. P., & Dimenstein, M. (2011). Expansão e interiorização da Psicologia: reorganização dos saberes e poderes na atualidade. Psicologia: Ciência e Profissão, 31(2), 296–313. doi:10.1590/S1414-98932011000200008

Massola, G. M., Svartman, B. P., Martins, A. B. M., Galeão-Silva, L. G., & Santos, A. O. (2016). Pré-iniciação científica em Psicologia: contribuição para a formação científica no ensino médio. Psicologia: Ciência e Profissão, 36(3), 558–570. doi:10.15 90/1982-3703001262014

Ribeiro, D. (2015). O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil (3a ed.). São Paulo: Global.

Roso, A., Moraes, M., Gass, R. L., Orsato, D., & Alves, T. (2011) Minorias étnicas e representações sociais: notas sobre a entrada do psicólogo social em uma comunidade quilombola. Psico, 42(3), 346–353. Recuperado em 20 outubro, 2018, de http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/viewFile/99 14/6990

Santilli, J. (2005). Socioambientalismo e novos direitos: proteção jurídica à diversidade biológica e cultural. São Paulo: Peirópolis. Recuperado em 20 outubro, 2018, de http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/SANTILLI_JulianaSocioambientalismo-e-novos-direitos.pdf

Schmidt, M., & Mahfoud, M. (1993). Halbwachs: memória coletiva e experiência. Psicologia USP, 4(1-2), 285–298. doi: 10.1590/S1678-51771993000100013

Silva, M. O. (2007). Saindo da invisibilidade – a política nacional de povos e comunidades tradicionais. Inclusão Social, 2(2), 7–9. Recuperado em 20 outubro, 2018, de http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1596/1802

Valentim, R., & Trindade, Z. A. (2011). Modernidade e comunidades tradicionais: memória, identidade e transmissão em território quilombola. Revista Psicologia Política, 11(22), 295–308. Recuperado em 20 outubro, 2018, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2011000200008&lng= pt&tlng=pt

Valentim, R., Trindade, Z. A., & Menandro, M. C. S. (2010). Memórias sociais de juventude entre quilombolas do norte do Espírito Santo. Psicologia & Sociedade, 22(2), 279–287. doi:10.1590/S0102-71822010000200008

Vianna, L. P. (2008). De invisíveis a protagonistas: populações tradicionais e unidades de conservação. São Paulo: Annablume, Fapesp.