Um Imperativo semiótico pela popularização da ciência

Autores

  • Andrey Istvan Mendes Carvalho Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGLEV/UFRJ)

Palavras-chave:

Epistemologia, Popularização da ciência, Semiótica

Resumo

Este artigo analisa a popularização da ciência como um imperativo, examinando a relação dialética entre o conhecimento científico e as tradições socioculturais. Utilizando o quadrado semiótico, articulam-se quatro tradições de conhecimento (teórica, metodológica, histórica e prática) e demonstra-se como operações de triagem e mistura permitem à ciência distanciar-se do senso comum e depois reintegrar-se à sociedade como aplicação. Identifica ainda as deturpações desse processo: a pseudociência (triagem exacerbada) e a paraciência (indeterminação semântica pela mistura). Conclui que a popularização é crucial para combater esses desvios, garantindo a relevância e o diálogo contínuo entre ciência e sociedade.

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Biografia do Autor

Andrey Istvan Mendes Carvalho, Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGLEV/UFRJ)

Licenciado em Letras (UFRJ), mestrando em Língua Portuguesa (PPGLEV-UFRJ) e bolsista PROEX-CAPES. Integra o Núcleo de Pesquisas em Semiótica (NUPES-UFRJ).

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Publicado

2025-12-17

Como Citar

Carvalho, A. I. M. (2025). Um Imperativo semiótico pela popularização da ciência. Cadernos De Pós-Graduação Em Letras, 25(3). Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgl/article/view/18174